Mais do que uma só viagem, mas muitas.
O que me levou até Cunha não foi a beleza do lugar, ou as fazendas e pousadas para descanso na serra, ou mesmo a cidade antiga e a simpatia dos moradores. Estas foram descobertas, felizes, que fiz ao chegar lá. A queima de cerâmica em fornos noborigama, e as cerimônias de abertura das fornadas, foi o que me atraiu.
Levei comigo, impressas, minhas pesquisas na internet, alguns livros, e um celular com MP3. E uma máquina digital, para registrar tudo. Meu contato com o resto do mundo era pela TV, onde assistia o jornal da noite, e da manhã, com notícias. O resto do tempo a TV permanecia desligada. Acessei minha caixa de email, nas 4 semanas que permaneci lá, duas vezes, no microcomputador da pousada. Sei que hoje, passados apenas 3 anos, seria diferente, pois a comunicação pela Internet tomou conta da minha vida, empurrada para esta corrente como por obrigação. Na época fiz um diário: caneta e caderno mesmo. O que me permite voltar ao tempo, e transcrever aqui.
A história da cerâmica de alta temperatura em Cunha tem passado relativamente recente, pois iniciou em 1975. Do grupo de pioneiros, dois ceramistas estão instalados em Cunha: o português Alberto Cidraes, e a japonesa Mieko Ukeseki, cada um com seu próprio noborigama. Se desejar partir nesta viagem, empolgante, comece no Portal de Cunha... e boa navegada!
Programei minha chegada na cidade alguns dias antes de um sábado com abertura de forno, marcada em dois ateliês. Com mapas, marquei os ceramistas que pretendia visitar, e comecei minha “viagem” pela cerâmica de Cunha.
Mieko e Mário
Mieko é do grupo dos pioneiros. Mário chegou uns 10 anos depois.
Mieko é do grupo dos pioneiros. Mário chegou uns 10 anos depois.
No ateliê deles vi pela primeira vez um forno noborigama. Construído em câmaras, em diferentes níveis, aproveitando a inclinação natural do terreno.
Sem palavras para me expressar sobre o trabalho desta dupla, registro aqui em fotos. Visitar o site deles é uma indicação a ser aproveitada.
(Guerreiro Rítmico Amarelo – Dali 8 da Lua Espectral da Serpente (11) do Ano da Lua Harmônica Vermelha)
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